O AZULEJO EM PORTUGAL E NO MUNDO LUSóFONO
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Os Azulejos em Génova - os "laggioni"


A Península Ibérica e Génova têm em comum a cor azul: é o azulejo que, inicialmente como produto de importação árabe e espanhola nos primeiros séculos e depois, como produto local, que enalteceu a estreita relação comercial, cultural e política entre as duas culturas.

A produção cerâmica da região italiana da Liguria, quantitativamente pequena e fabricada nos fornos de Savona, de Albissola e, em medida menor, de Genova tem como designação de ladrilho o termo: “laggione”. É de notar que o termo está ainda mais próximo do modelo árabe (azulaycha) do que do equivalente ibérico "azulejo", ou daquele utilizado na Itália do sul chamado "riggiola" (do catalão "rajola"). A importação vinda da Espanha para a Liguria parece ser mais antiga do que as outras importações em Itália, que remontam ao século XIII. Os alicatados genoveses, mesmo que muito restaurados ou até destruídos encontram-se, ainda hoje, visíveis em algumas igrejas românicas ou góticas, e citamos apenas como exemplo aquela de Santo Agostinho em Génova (sede hoje do Museu da Escultura).

Os séculos XV e XVI representam o triunfo dos “ laggioni” de Savona e de Albissola, quer como quantidade quer como qualidade. Importados como produtos produzidos com a técnica da corda seca e da “cuenca”, e nunca como produtos autóctones, os figuli (ceramistas) da Liguria exaltaram uma nova técnica criando um desenho (monocrómico ou policrómico) sem passar através da compressão do ladrilho. Estes painéis encontram-se hjoje  em quantidade reduzida quer devido à sua antiguidade, quer pelos acontecimentos bélicos que se verificaram ao longo dos tempos, ou quer ainda devido à incúria para com um produto pouco apreciado pela nova aristocracia.
Encontram-se ainda visíveis os painéis em Savona (no Museu Priamar, átrio da Câmara de Comércio), em algumas casas e igrejas de Savona (S. Ignazio), nas escadarias de duas casas em Génova situadas na rua Luccioli, e em algumas exposições de antiguidades privadas. Muito parecida com o gosto ibérico ou português é a decoração da Capela Botto da Igreja de Santa Maria del Castello em Génova, que representa S.João a benzer e S. Jorge (padroeiro de Génova), do painel da Natividade na Igreja da Concordia em Albissola Marina.



Na época de Seiscentos acabou a produção dos clássicos laggioni, porque agora são outros os produtos encomendados, sobretudo os grandes vasos de farmácia típicos da Liguria, de Savona e Albissola, autêntica glória mundial da cerâmica da Liguria, também em azul e branco.

Pelo contrário, na época de Setecentos, encontramos representados alguns episódios da redescoberta do laggione, através de um rico aristocrático que, querendo embelezar as suas próprias casas, recorreu bastante ao uso da cerâmica. Este uso ficará todavia ligado mais a um uso de serviço (no chão) do que à decoração das paredes. Temos como exemplo o extenso chão que cobre o salão de festas da Villa Durazzo Faraggiana de Albissola o qual, apesar da semelhança com os modelos pombalinos, mas com a livre interpretação rococó da Liguria, apresenta a vitalidade de uma arte relativamente simples, mas que ficou ligada à Italia, à Espanha e a Portugal.



Bibliografia:

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MARIA MANUELA MALHOA GOMES - JOÃO PEDRO MONTEIRO Azulejos. Conservação e restauro, Lisboa, Fundação Ricardo do Espirito Santo Silva, 1997
JOÃO CASTEL BRANCO PEREIRA As colecções do Museu Nacional do Azulejo de Lisboa, Zwemmer, 1995
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GIUSEPPE BUSCAGLIA, Criterios di identificación de los azulejos sevillanos y ligures y una producción inedita savonense del siglo XVI, Sevilla, Publicaciones de la Universidad de Sevilla, 1992
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FEDERICO MARZINOT, L'uomo e la civiltà in Liguria: la ceramica, Genova, Sagep, 1992

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